quarta-feira, 24 de março de 2010

I Triatlo do Ribatejo




Estava tudo a postos para uma grande prova. Cerca de 300 triatletas em prova, a água a 16º C e centenas de bicicletas num enorme parque de transição. Mas, como me correria esta prova?

(suspense)

Primeiro vamos regressar umas horas atrás. São 8h e toca o despertador em Leiria, na casa da Leonor.
Lembrei-me que na semana anterior houve um grande descuido e quando cheguei ao Duatlo do Cadaval sem me ter inscrito (porque tinha estado na semana anterior em Londres a ver um jogo qualquer de futebol que não me lembro) dei com a porta do secretariado fechada. Parece que não fui o único, infelizmente. A minha participação no primeiro duatlo acabou por não existir.
Desta vez não podia vacilar. Acordei 3 horas antes do início da prova, saí de Leiria pouco mais de meia hora depois e cheguei a Santarém às 9h30 para pousar as minhas sapatilhas no parque de transição. Só que a partida era em Alpiarça, a poucos quilómetros da capital do Ribatejo. Às 9h45 lá saía eu em direcção a Alpiarça. No entanto, a ponte que liga os dois concelhos parece estar sempre longe, dou voltas pelo centro de Santarém e não encontro a estrada, e quando encontro, mais de 20 minutos depois, vejo que está fechada por causa... do triatlo.
Meia volta e o melhor é ir à volta, por um percurso com o dobro da distância, pela auto-estrada, ponte Salgueiro Maia, Almeirim e finalmente Alpiarça. Pelo meio mais enganos e chego à Barragem dos Patudos onde seria a natação 10h30 antes. Felizmente ainda esta tudo aberto, estaciono a bicicleta no parque juntamente com o meu amigo Jorge. Sem tempo para aquecer corro para a água e pronto, a prova estava prestes a iniciar-se. Desta vez nada me impediria de participar.
Com a pressa não pus a barra de medição da frequência cardíaca e ao tiro de partida não tenho tempo para ligar o relógio. Mas a prova começava e não podia esperar.
Senti algumas dificuldades no início. Muitos atletas por todos lados, uns a passar-me por cima, outros passo-lhes eu por cima, água muito turbulenta e dificuldades em acalmar. Durante os primeiros 300 metros foi assim. Não estava a conseguir usar a técnica convenientemente, só conseguia fazer a respiração a cada 2 braçadas e não a cada 3 e o stress que vinha de antes da prova não tinha parado. Só quando chego à primeira bóia, com menos atletas à minha volta e vendo que ainda existiam bastantes para trás é que comecei a melhorar. Alternava a respiração de 2 a 2 braçadas com 3 a 3, ia melhorando a técnica progressivamente e seguindo ao mesmo ritmo dos colegas do lado. Por fim, nos últimos 250 metros senti-me melhor, via a saída da água lá ao fundo e concentro-me finalmente nos meus movimentos. Vou conseguindo ultrapassar alguns nadadores (não muitos) e saio da água muito melhor do que entrei.
Quando chego ao parque de transição vejo muitas bicicletas ainda lá pousadas, o que me moraliza ainda mais. Geralmente a minha bicicleta estava ao lado de mais duas ou três apenas. Saio de bicicleta com força passando alguns atletas. Ao fundo vejo que se poderá formar um grupo e que se eu fizesse um forcing na primeira subida poderia chegar até lá.
A meio desse forcing sou ultrapassado por outro atleta e assusto-me guinando um pouco para o lado, junto à berma. Logo após a guinada ouço PUM! Lá se foi o pneu. Continuo a andar mas percebo que ainda faltam uns 18km e com a jante a bater no chão mais vale desistir.
Foi a minha primeira desistência numa prova desde um Grande Prémio de ciclismo júnior em Valadares (1999). Na natação, pode rasgar-se o fato, a touca ou os óculos que não é suficiente para desistir. No atletismo posso ficar sem sapatilhas que corro na mesma. No ciclismo, basta um furo que... lá se foi a prova.
Paciência.
Fiz 16 minutos na natação, ou seja, tirei cerca de 3 minutos ao meu melhor, e, tendo em conta que só nadei convenientemente nos últimos 250 metros, acho que ainda posso evoluir bastante neste segmento. Talvez descer para os 14 a curto prazo.
Agora resta continuar a treinar. 4 vezes por semana cada sector, esperando que este começo de época atribulado termine.

5 comentários:

sica disse...

É muito ingrato ter de desistir de uma prova por causa de um furo, mas outros dias virão.

Outwit the devil rushed! disse...

Boas Miguel,


Foi um dia em que tudo estava a sair mal... Possivelmente todos teremos que passar por dias assim.

Mas, força ai nos treinos... porque só agora é que está a começar a época e há muitos triatlos a chegar... :)

Abraço,

Rui

Acho que vamos encontrar-nos já no próximo Domingo...

Mark V disse...

Viva Miguel,

Quando comecei a ler o post não estava nada a espera deste desfecho! Que azar...
De qualquer forma pelo que vejo estás a treinar bem e esta época tenho a certeza que vais atingir os objectivos a que te propões-

Abraço

José Santos disse...

Melhores dias virão.
Não desistas!

Outwit the devil rushed! disse...

Resultados do Duatlo da Póvoa aqui:

http://federacao-triatlo.pt/gestao/adm/provas/259/Absoluta.pdf


Abraço,


Rui