sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lisboa International Triathlon - 2ª Parte

1ª Transição



No ano passado demorei imenso nesta transição. Fui devagar para recuperar o fôlego... e gastei mais de 3 minutos. Desta vez não, era tempo de manter a concentração e fiz uma transição ao nível de um sprint.
Tirar o fato, colocar o capacete e seguir. No meu relógio isso deu 2:28, um tempo perto da realidade pois também só carreguei no botão já depois de umas boas pedaladas. Nos resultados da Federação ainda perdi menos tempo, 1:37, que seria a mais rápida transição com fato de sempre, mas o início da contagem foi algo longe da saída da natação.

Ciclismo



Não fiz nenhum treino acima de 70km durante a preparação para este triatlo, algo comum noutros anos. Mas, por outro lado, ando de bicicleta todos os dias entre casa e trabalho. O que me dá um mínimo de 17km por dia. Esta alteração de rotina iria resultar numa incógnita.
Também comprei umas aero bars, o que traria uma vantagem. Uma vantagem relativa pois nunca treinei com elas (a minha bicicleta principal ficou por cá).
Não quis exagerar no ritmo inicial e tentei manter as pulsações por volta dos 150bpm. Fui passando alguns ciclistas mas também fui ultrapassado pelos outros. A meio da primeira volta (eram quatro), meti a roda pequena à frente e subi com alguma frescura (típica da primeira volta).
Nas zonas planas as aerobars resultavam, sentia-me bem e a cortar o vento (à parte de sentir uma pequena assimetria que tornava a posição do braço direito desconfortável). Ia vendo os meus parciais a cada 5km e estavam sempre abaixo dos 10 minutos, ou seja, a média andava sempre acima dos 30 km/h.



Ao contrário do que estava à espera, as seguintes voltas foram praticamente iguais, em apenas dois parciais de 5km rodei abaixo dos 30 km/h (sempre a subir) e em alguns troços andei bem acima desta velocidade. Cheguei inclusivamente a andar a 36km/h de média entre os 70km  e os 75km. Nunca tinha pensado conseguir isso nesta prova.
Utilizei um gel em cada volta antes da subida, à excepção da primeira e nunca senti fome, ao contrário do ano anterior. Levei um bidão de bebida energética e outro de água. No final estavam quase vazios mas não tive que racionar os líquidos mesmo com o calor que se fazia sentir, sobretudo na subida. No final um tempo fantástico de 2:46:03, bem perto dos 32km/h. Praticamente menos 10 minutos que o ano passado. Incrível.
Comparando com os restantes atletas fui o 186º, um lugar um pouco abaixo da natação, mas ao mesmo nível. Tendo em conta que no ano passado perdi muitos lugares neste segmento, foi uma boa evolução. Muito graças às viagens diárias para o trabalho de bicicleta.

 
2ª Transição

Ao contrário da primeira transição, aqui entrei com mais calma. Era altura de beber pela última vez bebida energética, de recuperar fôlego, colocar um boné e levar o último gel comigo. Demorei 2:19 (um pouco mais na minha contagem), pelo que foi uma transição fraquinha e o meu pior segmento.

Corrida




Quando parti para a corrida, sabia que se não fizesse nenhuma asneira bateria o meu record e faria um tempo abaixo de 5:30:00 com facilidade. Bastava fazer uma meia-maratona em menos de 2:04:00 para alcançar esse objetivo.
Não era pois altura de arriscar. E controlei, tal como o ano passado, a passada pelas pulsações (andar perto das 170 bpm). Em S. Jacinto tinha boas sensações, fui rápido e deitei tudo a perder.
Comecei a um bom ritmo (dois primeiros kms em 4:38 e 4:52), mas tive que ir abrandando de modo a manter o pulso. Andei entre os 5:20 e 5:40 e sofria mais nas zonas de calor, sobretudo uma parte em terra batida sem qualquer abrigo. Os abastecimentos sabiam bem para despejar água pela cabeça abaixo.

Não estava em completo sofrimento, mas não consegui impor um ritmo perto dos 5:00 como desejava. Chegou mesmo a cair algumas vezes para cima dos 5:50 a partir dos 13 km mas alternando com tempos a 5:40. Esta alteração deve-se um pouco à alternância entre partes onde me sentia bem e partes onde me sentia mal (muito devido ao calor), mas também à força que me davam os amigos à medida que ia passando por eles.

No final já não tinha que segurar as pulsações e ainda fiz o último km a 5:33, mas talvez pudesse ter começado a aumentar o ritmo mais cedo. A corrida acabou por ser o melhor segmento, tendo feito um tempo apenas uns segundos melhor que o ano passado. 1:52:09, o 263º melhor tempo, o que me fez perder alguns lugares.


Conclusão

 (retirar 20 minutos e alguns segundos ao tempo já que o relógio corresponde à prova olímpica)

Apesar de ter melhores expectativas em relação à corrida, dados os tempos que fiz nos treinos, este é sem dúvida o meu melhor resultado de sempre. E isso reflectiu-se na classificação num triatlo que até está cheio de estrangeiros. 5:18:34, correspondentes ao 200º em 354 à partida (191º Masculino) e 43º em 66 no meu grupo de idade. Embora ainda não esteja a meio da tabela para lá vou caminhando.
Segue-se outro longo, em S. Jacinto. E o objetivo é fazer ainda melhor!
Um obrigado a toda a claque que tive e que me ajudou imenso ao longo da prova!


4 comentários:

Hugo Gomes disse...

Grande Miguel!

Parabéns e até S. Jacinto.

Um abraço!

cbarata disse...

Já andava com saudades destes relatos. Muitos parabéns!!
cbarata

Bluewater68 disse...

E aqui volto a dar os meus parabéns pelo teu registo.
Uma dúvida: essas idas de bicicleta para o trabalho são em ritmo de passeio ou competitivo? É que sem teres feito treinos muito longos, a verdade é que essas viagens terão tido boa influência no desempenho na prova.
E os aerobar foram uma boa aquisição. É um facto que em termos aerodinâmicos dão-te vantagem pela posição com os braços juntos. Quando leio aquilo que comeste e penso naquilo qe comi, fico com a ideia que estive num banquete :)
Na corrida eu fico sempre com receio de elevar muito a pulsação. Fiz o ciclismo com 150bpm de média e fiz a corrida com 152bpm de média. Era bom é que se conseguisse fazer a corrida sempre ao ritmo com que fazemos os primeiros quilómetros, com médias impecáveis :)
Bravo, Miguel. Venha agora o relato de S. Jacinto ;)

MT disse...

Obrigado a todos!

As minhas viagens de bicicleta são um híbrido. Umas vezes mais depressa, outra vez mais devagar. Nem sempre as registo como "treino", mas o que é certo é que os resultados estão à vista... Tenho que ver se há estudos sobre isso...