quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Subida à Torre 2009














Na última semana desloquei-me à Serra da Estrela para uma subida à Torre pelo lado da Covilhã. O desafio era grande. A única vez que lá fui, ataquei demasiado cedo tive grandes dificuldades em subir e acabei por não ter pernas para as desmultiplicações da bicicleta de corrida, tendo que trocá-la por uma de montanha. Demorei 3 horas e cheguei à Torre quando já era noite. Aqui está o vídeo desta pequena aventura:



Desta vez já ia prevenido e fiz o trabalho de casa no mapmytri:



Efectuei um pequeno estudo sobre as zonas criticas da subida que disponibilizo no Google Docs. A subida é constituída por uma fase inicial pouco inclinada (4,9%) durante 4 km ainda dentro da Covilhã, seguindo-se a fase mais dura desde o empedrado junto à Câmara Municipal até pouco depois do Sanatório (7 km a 8,5% com a fase mais dura entre os 9,5km e os 10km). Depois há possibilidade de recuperar durante 2,5 km seguindo-se uma zona mais complicada mas curta (1 km a 8,1%), ao chegar às Penhas da Saúde. Posteriormente há uma zona de clara recuperação chegando-se mesmo a descer após o Centro de Limpeza de Neve. A última fase dura surge entre o km 20 e o km 23, com 3 km a 8,1%. A fase final parece que demora uma eternidade mas são apenas 1,3 km com quase 5% de inclinação.
Passando agora à descrição da minha subida, comecei a andar em Belmonte e rolei durante cerca de 20 km até à Covilhã. Aí, deitei o tempo do relógio abaixo e coloquei o altimetro do conta-quilómetros a marcar 400m. Faltavam cerca de 1600m.
Tinha grandes dúvidas se conseguiria numa bicicleta de corrida conseguiria chegar lá acima, mas já tinha perdido 7 kg desde o meu peso máximo e tinha batido os recordes na Sra. da Graça e Sra. da Assunção, o que me dava uma grande confiança.
Tinha decorado praticamente toda a análise que fiz ali em cima e durante os primeiros 4km não me entusiasmei demasiado e mantive a frequência cardíaca entre os 80% e os 85%. Quando cheguei ao paralelo sabia que começava ali a zona mais difícil, metendo na cabeça que se passaria aquela parte chegaria certamente ao fim. Fui controlando a subida pela altimetria e ganhando moral à medida que subia. Depois de sair da cidade existem alguns patamares que me permitiram recuperar forças e olhar de frente para a zona que vai da Varanda dos Carqueijais ao Sanatório. Sabia que faltava pouco e consegui superar esta fase sem as dificuldades que pensava que iria sentir.
















A partir do Sanatório tinha piso novo e aproveitei para recuperar antes da subida para as Penhas da Saúde. Foi uma recuperação com um bom ritmo, já que me sentia bem e depois da fase mais dura passei a ter total confiança e a saber que chegaria ao fim.
Na subida para as Penhas da Saúde senti algumas dores musculares e a necessidade de desmultiplicações menores. De qualquer forma a confiança sobrepôs-se às dores nas pernas e pouco tempo depois a inclinação diminuía drasticamente.














Era uma redução tão drástica que se começava a descer e confesso que apesar de saber bem por momentos, reajo muito mal aos reinícios de subida e as minhas pernas pareciam pernas quando comecei a subir de novo. Ainda por cima olhava para cima e via nevoeiro e vento por todo o lado.
Esta zona era bastante mais ventosa e naquele dia existiam rajadas relativamente fortes (30 km/h segundo o boletim). Demorei cerca de 500m a recuperar o meu ritmo e seguia-se a última zona inclinada incluindo a passagem pelo famoso túnel.














O reaquecimento já estava feito quando cheguei a essa parte e embora com algumas dores musculares superei com relativa facilidade a recta do túnel, mas o pior viria depois. Mal passo essa face da montanha esperava-me uma ventania desgraçada, nevoeiro e frio.
A última fase, já depois do km 22 que aparentava ser mais fácil devido à inclinação acabou por ser bem mais difícil devido às condições atmosféricas e ao piso, que estava em obras. Quase não via nada à minha frente, apenas os famosos ferros às riscas amarelas e pretas. Por fim, a rotunda com a viragem para a torre e aquela recta que nunca mais acaba com vento por todos os lados. Quando cheguei ao cimo tinham passado 2:25:56 desde que comecei a subir à entrada na Covilhã. O objectivo tinha sido cumprido e com menos dificuldade do que esperava.