domingo, 20 de novembro de 2011

Maratona - Para finalizar...

Bem, para finalizar, gostava de falar da prova em si. Se é certo que a Meia Sportzone ainda tem um número de participantes inferior e uma melhor marca superior à Meia de Lisboa, em termos de Maratonas, o Porto ultrapassou claramente Lisboa e em apenas 8 edições.
Não vou, obviamente comparar as 2 provas, porque não conheço a segunda, mas elogiar a que participei.
O percurso é quase perfeito, passa por muitas das zonas com mais interesse turístico do Porto e Gaia e o público, apesar de pouco presente no início do percurso vai aparecendo e tornando-se cada vez mais caloroso. Por fim, a organização é excelente, e durante todo o percurso de 42km não tenho mesmo nada a queixar, o que, apesar de não ter grandes razões de queixa, é raro.
A Maratona é, para mim, um exemplo para a região, e só pode crescer em termos internacionais, tem tudo para isso. Ou será que existe alguma cidade cuja paisagem que possa ficar à frente desta durante uma corrida de 42km?







quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Maratona do Porto - Os tempos

Este será um artigo mais "técnico", de análise aos tempos que fui fazendo, quilómetro após quilómetro durante a Maratona. Vou comparar igualmente os meus dados com os do meu amigo Jorge Carneiro, sendo interessante comparar duas corridas muito diferentes. Espero não tornar este artigo muito chato, vamos lá ver.
Em primeiro lugar, a minha evolução em termos de velocidade média por quilómetro (mm:ss/km)

Como se pode ver, no primeiro quilómetro andei algo devagar, sobretudo por causa dos segundos que demorei até poder começar a correr. Depois, fiz os primeiros 12km com muito controlo em termos de pulsações, mas acabei por fazer tempos algo altos (perto de 5:30 a descer e quase nos 6:00 em plano). A partir daí foi a fase mais regular, primeiro com o Paulo e depois com o resto do grupo, mantendo sempre uma passada próxima dos 5:40 por quilómetro. A maior excepção foi ao quilómetro 19, quando caí e fiz 5:53. A partir dos 27km os tempos começaram a ser bastante mais irregulares, ou seja, já não estava a controlar tão bem a passada. Fiz os 28km em 5:22 mas os 29 a 6:07. Depois, comecei a fazer bons tempos (talvez demasiado bons), como os 5:15 aos 34km (o melhor registo da prova) alternando com tempos acima dos 6 quando passava pelo abastecimento. No final fica bem patente a quebra: 5:25 aos 37, 6:09 aos 38 km (foi nesse quilómetro que estourei) e sempre acima dos 6:20 nos restantes, mas curiosamente não fui diminuido a velocidade, estabilizei logo. Comparando agora com a minha média de 5:47 ao quilómetro (peço desculpa pelo erro nas unidades mas ainda não me habituei aos gráficos do Google Docs):

Este gráfico é muito parecido com o anterior mas permite verificar que andei com tempos parciais abaixo da média enquanto descia a Boavista, na fase regular até aos 28km e depois alternadamente entre esse quilómetro e o 38. Andei acima da média no primeiro quilómetro, no quilómetro em que caí, pontualmente a partir dos 28km e em todos os 4km finais. Passemos agora para as pulsações. Como referi no post anterior, fiquei com a sensação de andar sempre um pouco acima da média prevista (após leitura de imensos sites), será que isso se confirmou? Há que referir que o meu Monitor de Frequência Cardíaca também se cansou, por isso alguns dados nos quilómetros finais são interpolados:

Parece que essa ideia que tive durante a prova só estava parcialmente correcta. Até à meia maratona andei quase sempre abaixo do previsto. Cheguei mesmo a andar a menos 9 e a menos 10 batimentos que o previsto nos quilómetros 16 e 15, respectivamente. Nos quilómetros em que ultrapassei o valor previsto, andei apenas um batimento acima. A ultrapassagem contínua dos valores previstos ocorreu a partir do quilómetro 23, chegando mesmo a atingir valores acima das 180 pulsações por minuto entre os 32 e os 36 e no quilómetro final.
E quanto aos valores obtidos durante a prova? Tive muitos picos ou andei bastante regular? Vamos comparar a minha pulsação máxima com a média em cada quilómetro:
Este aspecto estava algo dependente da orografia, pelo que os resultados são bastante irregulares. Em alguns quilómetros a pulsação média e máxima era muito semelhante mas, em alguns casos, a diferença foi de 16 bpm, 19 bpm e 27 bpm (se bem que este último caso se possa dever a problemas com o monitor). De uma forma geral, a diferença entre média e máxima ficava sempre entre os 5 e os 8 bpm, o que não será muito.
O próximo gráfico já é um devaneio: será que existe proporcionalidade entre a minha velocidade e a quantidade de vezes que o meu coração bate por minuto durante uma maratona?

Não, claro que não. Este gráfico tem um r^2 de 0,0834, por isso não há qualquer semelhança com uma progressão linear. Se calhar se eu fosse um atleta melhor, talvez isto fizesse mais sentido.
Por fim, comparando a minha corrida com a do meu amigo Jorge num gráfico normal de distância e tempo:

Por incrível que pareça, as nossas linhas curvas cruzam-se no quilómetro 29, exactamente o mesmo em que o ultrapassei. A matemática tem destas coincidências. Como disse, tivemos abordagens diferentes. Ele partiu mais depressa e foi-me ganhando tempo precisamente até meio da prova, onde atingiu uma diferença máxima de 8 minutos. A partir daí nota-se uma quebra, que vai aumentando de intensidade, sobretudo a partir dos 30 km. A minha corrida começou mais lenta mas, à excepção dos últimos quilómetros, não tive grandes variações de velocidade.
Por fim, como fomos nós evoluindo em relação ao ritmo médio para efectuar a maratona em 4 horas?

A resposta é simples. Eu andei sempre lá perto, mas nos últimos 4km acabei por vacilar e afastar-me do tempo final. Já o Jorge, começou muito bem, mas depois mergulhou de cabeça num tempo bem superior.
Conclusões
Depois desta análise consigo perceber alguns factores determinantes para a minha prova: 1. Foi uma boa opção conter o meu ritmo inicial para adiar a quebra; 2. O principal problema terá sido o ritmo após a meia-maratona, passei a andar com as pulsações mais altas para acompanhar e puxar pelo grupo e a quebra aos 38 km reflectiu isso; 3. Não estou totalmente arrependido com a táctica que usei e ainda tenho dúvidas se fiz mal em manter aquele ritmo mais rápido, se perdesse o grupo talvez ainda fosse pior; 4. Para o ano há mais, e tenho que estudar a melhor forma de mexer nesta táctica.

sábado, 12 de novembro de 2011

Maratona do Porto - A Prova

A manhã começou cedo (por volta das 6:30) e, depois de nutrido e hidratado segui com o Jorge Carneiro até à partida. Por lá ainda encontrei o Pedro Pinheiro que ia passear (mas um passeio bem mais rápido que o meu, diga-se).
Não fiz qualquer aquecimento, tinha 32 km para aquecer para depois correr mais 10 km em prova, e aproveitei os últimos minutos para me aliviar nos WCs públicos.
Comecei a prova junto ao meu amigo Jorge Carneiro. Sabia que ele ia optar por uma táctica mais ofensiva e logo depois da Casa da Música disse para seguir o seu caminho que depois o apanhava. Mantive um ritmo bastante lento, mesmo a descer, mas confortável.
Ao fim de 10km, sentia-me tão fresco como no início, mas continuava a ser ultrapassado constantemente por atletas (sobretudo da prova dos 14km). Entre eles estava mesmo alguém vermelho da cabeça aos pés. Apanhar muito sol dá nisto.



Nada que me preocupasse muito, já que iria manter as pulsações abaixo dos 80% nos próximos qilómetros.
Pouco depois, surgiu o Paulo Rocha do Triatlo dos Veteranos do Porto que estava a andar mais ou menos ao meu ritmo. Por isso, após alguns quilómetros algo sozinho, tinha chegado finalmente companhia para conversa durante a prova.


Um pouco mais à frente, no final de D. Pedro V estava o meu pai, que não só tinha vindo para aplaudir como também trazia a bicicleta para me acompanhar e tirar fotos durante quase toda a prova.
 

 Foi, por isso, uma boa fase, os quilómetros passavam bem, o cansaço não aparecia e até já começávamos a ultrapassar mais gente, incluindo o senhor de vermelho, já perto da Alfândega. Circulávamos sempre perto dos 5:40, 5:45 por km o que permitia apontar para um tempo próximo das 4 horas. O único senão eram as pulsações que estavam ligeiramente acima do previsto, mas preferia assim do que perder companhia.

 Já perto da Ponte Luiz I, foi-se formando um grupo que ia aumentando de dimensão. Andava-se à tal velocidade que apontava para um tempo final perto das 4 horas, mas as minhas pulsações continuavam entre os 80% e os 85% do máximo, o que era um pouco mais alto do que previra.
O pior aconteceu junto à ponte da Arrábida, onde ao subir um passeio para evitar o paralelo acabei por tropeçar e cair. Com essa brincadeira podia ter ficado fora da prova, mas felizmente soube cair e enrolei sobre o meu corpo, não sentindo qualquer dor. Nessa altura o meu pai não estava connosco, mas o Paulo veio prontamente ajudar-me, esquecendo-se da sua própria corrida. Ainda bem que no desporto se encontram pessoas assim!
Felizmente foi só um susto, e nem 10 segundos perdemos para o nosso grupo. Basicamente passámos da frente para a traseira do pelotão, apenas isso.
Na Afurada, dobrámos a meia maratona e eu continuava a sentir pouca fadiga. Eram excelentes sensações. Quanto ao tempo (2:01:30), batia certo com a ideia de uma primeira metade mais lenta que a segunda parte. E eu sentia-me capaz de melhorar o tempo na segunda metade, muito embora continuasse um pouco acima dos objectivos em termos de frequência cardíaca.
Cheguei a pensar descolar um pouco do grupo que já tinha uns 20 ou 30 elementos para baixar a pulsação, mas era melhor continuar. Boa companhia, bom ritmo, objectivos semelhantes e protecçãodo vento. O que é que eu podia querer mais?
E assim continuámos de regresso às Caves onde estava à nossa espera meia equipa dos Veteranos do Porto, que tinham ficado a comer bolinhos de bacalhau no cais de Gaia à espera do Paulo Rocha para depois acabar com ele a prova. Era uma boa ajuda, que criava ali uma barreira com o vento mas com um inconveniente: como estavam bem mais frescos, começaram a acelerar o ritmo.


Chegámos mesmo a destacar um pouco do grupo inicial, que também já tinha perdido elementos, mas aquele avanço não iria durar muito.


No retorno do Freixo, os veteranos e o Paulo começaram a diminuir um pouco o ritmo e o grupo anterior voltou a marcar o ritmo, e lá fui eu para a frente com eles. Mais tarde apercebi-me que o Paulo já lá não estava, ainda pensei em reduzir a velocidade e acompanhá-lo, mas ele já tinha melhor companhia, por isso decidi prosseguir.


Aos 29 km vejo o Jorge Carneiro muito lento, quase a passo e grito para ele nos acompanhar. Aguentou até aos 30km mas depois acabou por ir outra vez a passo.


Nesta altura não senti o famoso muro, mas começava a sentir algum cansaço, de quem começa a entrar no desconhecido.


Mas o ritmo imposto era bom, agora só estávamos meia dúzia no grupo mas existia um bom entendimento quanto ao ritmo. Muitas vezes impunha eu e outras vezes eram eles que puxavam por mim.


Mas o cansaço começou a apoderar-se de mim e deles. Tinham vindo em conjunto e eram todos da região de Leiria. Alguns ao chegar a Miragaia deixam-se ficar para trás mas eu sinto-me bem para seguir com os da frente. A velocidade foi a maior que tive durante a corrida, cheguei a rolar a 5:15 aos 34km e a 5:25 aos 37, mas quando surgiam os abastecimentos os nossos tempos caíam para os 6 minutos. Agora já não éramos ultrapassados por ninguém e passávamos gente atrás de gente, ganhando moral.

Chego à Cantareira e ainda não choquei com o muro. Muito cansaço, e espaço para lembrar-me de provas com 10km ou 5km de corrida para pensar "É só mais o Olímpico de Aveiro ou é só mais o Duatlo de Espinho". Tento com isso ganhar força mental para levar o ritmo até ao fim. Mas o pior estava para vir.


No Passeio Alegre começo por me refrescar na sombra das árvores, mas antes do Castelo da Foz a estrada empina um pouco e os paralelos irregulares começam a dar cabo de mim. Tento evitá-los primeiro por um lado da rua e depois pelo outro. Sinto uma volta ao estômago mas controlo o vómito e esse sentimento vai aliviando. Com isso reduzo a passada e perco o grupo. Agora estava por minha conta mas com o meu pai ao lado de bicicleta para me dar força. Tomo o último gel aos 38,5 km para não me sentir fraco e meto uma mudança mais baixa. Agora o objectivo não era acabar, porque já faltavam menos de 4 km para a meta e ninguém me tirava a maratona. As 4 horas também pareciam estar longe, por isso apenas queria acabar sem andar a passo e não seria nada fácil.

 

Com o vento de frente, a recta da Avenida do Brasil não parecia acabar, por isso decidi olhar para o Asfalto e não para o fundo. Lentamente fui correndo como podia, com o sofrimento a aumentar cada vez mais, mas continuando a ultrapassar atletas que iam sempre a passo.



Chego à rotunda e tento-me distrair com o que ia vendo à volta e sem querer pensar que ainda ia fazer mais um retorno e subir a Avenida. Só faltava mais um pouco, mas não iria a passo, tinha que conseguir.


No viaduto do edifício transparente olho para o parque da cidade e lembro-me que foi ali que comecei a treinar corrida, e seria ali também que terminaria a primeira Maratona. Exactamente no mesmo sítio, na entrada da Boavista. Ia andar paralelo a um percurso que fiz centenas de vezes com muito prazer, era só mais isso. Começava a sentir-me emocionado e o meu pai ia-me dando ainda mais força.


Quando começo a subir a Avenida lembro-me da última vez que fiz aquele percurso a pé, duas semanas antes. Estava a chover e fui a correr para o carro. Era só mais aquele sprint.

 

Doía-me tudo, mas a meta só não se via porque era na Rua do Parque. A certa altura a estrada deixa de empinar e ganho nova moral (mas nenhuma velocidade), o pior já tinha passado.


Chego à meta completamente exausto, nem sequer chego muito emocionado, apenas cansado. Sinto o apoio do público, de pessoas conhecidas, da Aurora Cunha (sempre a dar-nos força) e, claro, do meu pai. E pronto, estava feita em 4:04:57!


Não consigo correr nem mais um pouco, paro e agarro-me às grades até recuperar o fôlego. No final só tenho forças para dar um abraço ao meu pai e para me sentar. Já ninguém me tirava o título de Maratonista!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

I Maratona do Porto (Antes da Maratona)

Sendo uma prova especial, vou dividir o relato da minha primeira Maratona em 4 posts. Neste primeiro vou falar do antes da prova, no seguinte vou falar do que senti durante, num terceiro analisarei os tempos parciais e, por fim, vou falar no pós-Maratona.

Pois bem, vou recuar a 1984 e contar tudo o que se passou desde então até à Maratona. Pronto, estava a brincar. Vou recuar a 1984 mas já volto a 2011, não se preocupem. Uma das recordações mais antigas que tenho (na altura tinha 3 anos) é esta:



Excluo, obviamente o Sportinguismo, porque na altura já sabia qual o clube de futebol que me poderia dar mais alegrias ao longo da minha vida.

Foi aqui que comecei a gostar de desporto, de todos os desportos. E o sentimento foi crescendo com o México 86, Viena 87, Seul e Tóquio 88, Itália 90, Tóquio 91,Barcelona 92 (sobretudo estes), e por aí adiante até Dublin 2011.

Apesar de ter sido algo muito importante, nunca foi propriamente um objectivo. Nunca parei para pensar se um dia a iria fazer. Já houve alturas em que achei impossível (na minha primeira meia (Lisboa 2005), por exemplo) mas com o passar do tempo passou a ser algo realizável com algum treino específico.
Este era o ano ideal para experimentar. Uma época que terminou bem e onde me adaptei finalmente ao esforço  de provas mais longas como os triatlos olímpicos. Tinha, também, mais de um mês para preparar, depois do fim da época de triatlo em Lisboa e com o cancelamento do Triatlo de Tróia.

O único senão era a ausência de Meias nesta época. Com a minha dedicação total aos triatlos, acabou por não haver oportunidade para nenhuma. De qualquer forma, já tinha feito 4 em anos anteriores, duas em Lisboa e duas no Porto, por isso não era propriamente inexperiente nessa distância.

Mas quanto à Maratona não podia dizer o mesmo. A maior distância que tinha percorrido a correr tinha mesmo sido em meias, por isso não sabia como reagiria o meu corpo a esforços maiores. Tinha, no entanto experiência de provas longas: Triatlos Olímpicos que quase duraram 3 horas e Provas de Ciclismo na época de 1999. Fiz igualmente muitos treinos de bicicleta acima das 3:30 nos últimos anos, por isso, a novidade estava mais na corrida e nos impactos do que propriamente na duração.

Fiz então um treino de 30km quinze dias antes que me deu alguma confiança para a Maratona. Tudo OK e a sensação que ainda tinha fôlego para mais 12,195 km. Foram 2:58:23 neste percurso:



E então quais seriam os objectivos? Em primeiro lugar muito respeitinho. Não era uma prova qualquer, era a Maratona. E apesar de tudo correr quase sempre bem, há histórias assustadoras, a começar pela Lenda de Fidípedes que deu origem à própria maratona. Por isso, a ordem de objectivos seria esta:
  • Acabar;
  • Acabar;
  • Acabar;
  • Acabar sem andar a passo;
  • Acabar e conseguir conduzir o carro até casa;
  • Fazer menos de 4 horas.
A semana anterior, além de ser uma semana de repouso activo foi uma semana de estudo. Para isso, consultei os maratonistas mais próximos que me deram dicas muito importantes: Mark Velhote, Miguel Paiva e Rui Pena.

Depois, também me dediquei à consulta de sites e blogues. A minha ajuda online mais preciosa foi sem dúvida o Correr Por Prazer, sobretudo no que diz respeito à preparação final e à nutrição nas últimas 72 horas. Também achei interessante o site da metodologia Marco, não para calcular tempos (demasiado ambicioso), mas para melhor gestão do ritmo cardíaco. A estratégia era começar a 75% da pulsação máxima e ir subindo gradualmente acabando a 91%.

Para finalizar, só falta o equipamento. Regra número um: Não estrear nada. Isto porque na minha primeira meia-maratona estreei uns calções comprados na véspera e acabei por ficar todo assado. Durante uma semana andei ao estilo Velho Oeste, como se tivesse andado a cavalo durante 25 horas por dia durante 84 anos.

O principal problema estava no gel. Por sugestão do Miguel Paiva decidi levar 4 embalagens, uma para cada 10km. O problema estava onde levar. Os cintos para maratonistas não me pareceram grande solução, estavam mais virados para líquidos e as vitalis oferecidas pela organização eram suficientes. Não encontrei nenhuns calções com bolsos até à véspera (comprei uns na Decathlon) e restava uma camisola com bolsos (teoricamente para ciclismo) ou o meu antigo fato de triatlo. Como as saquetas andavam aos saltos na tal camisola levei o fato de triatlo. Tinh o inconveniente da protecção entre as pernas para a bicicleta, mas era a melhor solução para levar saquetas e chave do carro sem problemas. Como estava frio, levei igualmente umas mangas de ciclismo.

Agora só faltava partir.