segunda-feira, 4 de julho de 2011

V Triatlo de Aveiro

Quando confirmaram a minha presença em Pontevedra, coloquei este triatlo de parte. Dois triatlos olímpicos numa semana era demasiado e, por outro lado, tinha más recordações do ano anterior. Água nojenta (eufemismo) e um percurso de bicicleta cheio de retornos, subidas, descidas e vento.
No entanto, após a jornada épica de Pontevedra fiquei cheio de vontade de estender um pouco mais o meu pico de forma. Seria muito difícil melhorar o tempo da prova anterior, mas seria um bom teste à minha resistência e uma forma de me vingar do ano anterior. Além disso, comecei a sentir bastante prazer a fazer esta distância.


O ano passado foi bastante duro, como atesta a crónica, e os tempos foram os seguintes:
Natação: 32:46
Ciclismo: 1:26:27
Atletismo: 52:54
Total: 2:55:09

Vamos lá ver como foi este ano, Tinha experiência na distância mas o desgaste de uma prova igual uma semana antes podia ter consequências inimagináveis.

Natação (1.500m)
Uma vez mais a qualidade da água deixou a desejar. O lodo levantou e com ele o mau cheiro, o moliço e outras coisas mais. A Leonor chegou a ver um peixe morto a boiar, não sei se resultado da má qualidade da água ou de uma sardinhada de S. João. A Federação bem evitou que os nadadores aquecessem junto à partida, pois já sabia o que ali havia, mas mesmo assim cheirava muito mal. É um pouco frustrante que no melhor local para se nadar num triatlo em Portugal a água esteja assim. É um cenário espectacular e, caso a largura dos canais esteja dentro dos parâmetros, daria uma excelente prova internacional. Só me dava vontade de fechar o canal algures, retirar a água e o lodo todo e depois voltar a enchê-lo com água limpa. Era mais barato e mais útil que a terceira auto-estrada Porto - Lisboa.
Mas adiante... Senti-me bem na natação, lancei-me para a frente, sem levar porrada mas apanhando bastante trânsito. Decidi chegar-me para a direita de modo a poder ultrapassar mais nadadores e consegui. No entanto a água teimava a entrar-me nos óculos e com a salitre (e sabe-se lá mais o quê) comecei a sentir-me bastante desconfortável. Esvaziando algumas vezes as lentes e perdendo algum tempo, acabei por cruzar a bóia de retorno com cerca de 15 minutos, o que não era nada mau, apesar de tudo.




 

No regresso, apanhei um grande grupo, numa velocidade continua e ocupando o canal a quase toda a largura. Tornava-se difícil ultrapassar. No meio do grupo existia um nadador que fez quase todo o percurso em bruços e, dada a forma de bater as pernas neste estilo tornava-se dificil ultrapassá-lo sem levar umas patadas. E foi aí que levei mais porrada. De qualquer forma parabéns, porque mesmo em bruços não nadava muito mais devagar que eu em crol.


Por fim, saio da água com 33 minutos, o que revela uma velocidade inferior ao primeiro terço, reflectindo o andamento do grupo em que estava. De qualquer forma foi um tempo semelhante ao do ano anterior, e correu bem melhor que todos os segmentos de natação neste ano, à excepção de Pontevedra, onde fiz 29 com fato mas perdi três minutos na transição. Nesta prova, a transição, e como não tinha fato, foi rapidíssima, para mim. Talvez a mais rápida até hoje, senti-me bastante orgulhoso com os 57 segundos.


Ciclismo  (40,8 km)
O ano passado fiquei surpreendido com a dureza e a sinuosidade do percurso. Este ano estava avisado e iria dar o possível para não me deixar abater como o ano passado. E desde o início senti-me bem. Não encontrei grandes grupos já que o elástico quebrava muitas vezes nas subidas e nas curvas, tanto para a frente como para trás. Tentei não sair muito, dentro do possível, do meu patamar confortável e volta após volta conseguia manter a média acima dos 31 km/h. Sabia que tinha o Jorge Carneiro atrás de mim e ia controlando a vantagem, vendo-a crescer nas últimas voltas. No final sentia-me um pouco desgastado mas muito longe do estouro do ano anterior. E com um tempo muito bom, atendendo ao meu nível: 1:17:03, a melhor marca em ciclismo num triatlo olímpico (menos um minuto do que Pontevedra e menos 9:20 (!) que no ano anterior). Uma média de 31,7 km/h, que revela enormes progressos neste sector.

 A transição foi um pouco mais lenta, por culpa das meias. Não quis arriscar ficar com bolhas nos pés, apesar destas sapatilhas nunca me terem deixado ficar mal. 1:15 não é mau de todo, e tirei mais um minuto ao tempo de Pontevedra. Tudo somado, acabei por sair do Parque de Transição com um tempo ligeiramente melhor do que Pontevedra, pelo que se fizesse uma corrida semelhante o recorde podia ser batido. Quanto à melhoria em relação ao ano anterior estava quase garantida. Bastava fazer os 10 km finais em menos de uma hora. Também saí com alguma vantagem em relação ao Jorge, mas sabia que se ele não estourasse na corrida passaria por mim mais cedo ou mais tarde.


 Corrida (10 km)
Senti-me bem no início e consegui impor um bom ritmo e passar alguns corredores enquanto era dobrado por outros. A primeira volta foi feita sem sofrimento e na segunda também me senti bem. O recorde da semana anterior poderia estar perto de ser batido. No entanto, nas duas últimas voltas (eram quatro), comecei a sentir bastante o desgaste. Fui sentindo as pernas cada vez mais presas. No final da terceira volta fui passado pelo Jorge e na altura desmoralizei um pouco. Fui com o meu ritmo a descer e a ser ultrapassado por mais atletas. Não dava para mais. Não foi fraqueza, alimentei-me bem, era apenas o sinal de cansaço no final de duas provas desgastantes. Comecei a perceber que o recorde começava a ficar longe mas ia ser na mesma uma excelente prova. Acabei o ciclismo com 51:23, mais dois minutos que Pontevedra e menos um minuto que no ano passado.


Resultado Final
O recorde não foi batido e, embora no final do ciclismo tenha acreditado ser possível, não era algo que pensasse à partida. Fui para esta prova divertir-me e tirar as teimas relativamente ao ano anterior. Fiz 2:43:49, apenas mais 1:17 que Pontevedra. Há uma semana o meu melhor tempo era 2:50:52 (Setúbal) e há um ano tinha feito 2:55:09, ou seja, mais 11:20. Mesmo este ano, em Montemor, fiz 2:58:21. Sinto que subi um degrau, passei claramente de tempos acima das 2h:50m para tempos abaixo das 2h45m. Agora resta continuar a treinar para passar à casa das 2h30m.
Uma palavra especial para a Leonor que me deu imensa força na natação, acompanhando-me durante todo o percurso e tirando todas estas fantásticas fotos.

Resultados aqui.

3 comentários:

Anónimo disse...

uma palavra? só? :-D

parabens pela prova!

bjinho

leo

Hugo Gomes disse...

Parabéns Miguel!

Mais uma bela prova. Estás consistente nos resultados o que é bastante bom.

Tenho que tentar seguir os teus pés na água...

Um abraço!

sica disse...

Parabéns por mais um Olimpico concluido, o tempo e o treino vão fazer-te evoluir ainda mais, um abraço e força para esses treinos.