No último sábado fui à Meia Maratona Sportzone, uma prova muito especial por diversos motivos. Em primeiro lugar já não corria esta distância desde a Meia Maratona de Lisboa de 2006 quando me lesionei no joelho (a parte de cima da tíbia fendilhou por esforço). Em segundo lugar por ser a primeira Meia Maratona na minha cidade e a primeira prova que lá fazia este ano. Em terceiro lugar, não tendo usado GPS nos treinos não sabia qual seria o meu objectivo, tendo atirado 1h45m para o ar ao acaso (o meu record anterior era 1h59m, pelo que já seria uma grande diferença). Por fim, e o mais importante, porque iria participar no encontro de blogues defendendo as cores da equipa Cyberunners que se estreava nesta corrida.
O início ficou marcado pelo pouco espaço para aquecer, o Polar que não funcionava e o facto de eu ainda temer uma lesão (na semana anterior após 2 horas de treino começou a doer o mesmo joelho no mesmo sítio da fractura de esforço) estando um pouco com medo.
Parti cá para trás e demorei mais de um minuto a chegar à partida. De facto, a diferença entre o meu tempo total e o tempo líquido foi 01:19.
Como não sabia os objectivos dos meus colegas de equipa, optei por seguir os passos dos meus amigos Rui, Lino e Zé. Como no início não encontrei o Zé, comecei a correr com o Rui e o Lino, indo este último a marcar o ritmo. O seu tempo no ano passado foi à volta de 1h45m, pelo que seria uma boa referência.
O primeiro quilómetro foi muito lento, perto dos 6 minutos (incluindo o 1m19s até à partida) mas depois já havia estrada livre e começamos a acelerar. O Lino ia na frente, depois o Rui e eu vinha na retaguarda. Estávamos espaçados por 10/15 metros. Esses primeiros quilómetros iam sendo feitos a um ritmo de 4:45, e sentia-me muito bem e até capaz de dar mais.
Logo após a Ponte D. Luiz o Lino começou a afastar-se do Rui, que ia ficando para trás. Como me sentia melhor, ultrapassei ao Rui e encostei-me ao Lino. Seguimos juntos até ao retorno na Afurada e comecei a marcar um ritmo mais competitivo na zona dos 4:30. Durante esse tempo fomos quase sempre a ultrapasssar atletas.
Como o vento passou a estar de frente, passei a ir de grupo em grupo. Alcançava um grupo, abrigava-me do vento, chegava à frente e acelerava para colar a outro grupo. E fui-me distanciando do Lino que acabou por ficar para trás perto da Ponte da Arrábida.
O pior veio depois, junto ao Cais de Gaia, na parte emparalelo comecei a sentir as temíveis dores do joelho esquerdo e pensei que aquilo poderia acabar com a minha prova. Quando cheguei à Ponte D. Luiz as dores já eram bastante fortes, e o ritmo era inferior (mas não muito). Felizmente com a Ponte chegou também outro piso e à medida que caminhava no Porto as dores iam passando (De facto nunca me habituei a terras Marroquinas).
Foi já a caminho do Freixo que vi que o Zé tinha acabado de me ultrapassar estando agora uns 20 metros à minha frente. Nessa altura já estava sem dores e juntamente com um atleta do Vitória voltei a encostar no Zé e começamos a fazer a prova em conjunto. Íamos num bom ritmo e após o retorno estávamos a favor do vento e a pouco mais de meia dúzia de quilómetros da meta. Estávamos a apontar para um bom tempo.
O principal incidente aconteceu quando voltámos a passar na meta e eu peguei numa garrafa de água. Na altura estava na minha vez de marcar o ritmo e o tempo que tive com a garrafa na boca para dar uns golos foi-me fatal. Instantaneamente deu-me uma dor muito forte junto ao fígado (a famosa dor de burro). Quase tive que parar e o quilómetro e meio seguinte foi feito a cambalear. Lá se foi embora o Zé e o corredor do Vitória e percebi que aquilo voltaria ao sítio mas tinha que abrandar um pouco.
Assim foi, quando me aproximo novamente da Ponte do Infante saltei do burro e comecei a correr. Nessa altura o ritmo era um pouco mais lento (5:00 minutos por quilómetro) mas pelas minhas contas ia fazer bem perto da 1:40:00. Pelo meio ainda alcancei o Rui Pena que não estava nos seus dias mas que na próxima Maratona do Porto deve voltar em grande.
No final o relógio marcava 01:40:57 e o tempo liquido era 01:39:38. O meu ritmo médio por quilómetro foi de 04:47, bastante bom para as expectativas. O meu lugar foi 632º em 1451, bem dentro da primeira metade, algo que já não acontecia há muito tempo.
Acabei por perder 1m35s para o Zé, após aquela fatídica dor. Mais uma vez ele esteve regularíssimo. O Rui também fez uma excelente prova tendo feito uma corrida de trás para a frente e chegado pouco depois de mim com 01:41:43. O Lino que até hoje ficara sempre à minha frente levou quase 10 minutos e agora vou poder chateá-lo para o resto da vida com esta diferença.
Quanto aos fantásticos Cyberunners, neste tipo de provas o importante é participar... Tretas! Todos sabemos que temos objectivos e houve de facto óptimos tempos:
Pos. Geral | Pos. Escalão | Nome | Iliquido | Liquido |
73 | 10 | LUIS MOTA | 1:17:29 | 1:17:15 |
75 | 37 | PAULO MARTINS | 1:17:42 | 1:17:34 |
205 | 78 | MARK VELHOTE | 1:26:34 | 1:26:16 |
438 | 70 | MIGUEL PAIVA | 1:35:44 | 1:34:43 |
440 | 82 | JOAO FERREIRA | 1:35:44 | 1:34:43 |
478 | 144 | DANIEL PINTO | 1:36:54 | 1:36:35 |
570 | 13 | OTILIA LEAL | 1:39:31 | 1:38:37 |
583 | 94 | ANTONIO ALMEIDA | 1:39:50 | 1:39:13 |
592 | 15 | SUSANA ADELINO | 1:40:05 | 1:39:46 |
621 | 65 | FERNANDO ANDRADE | 1:40:45 | 1:39:45 |
632 | 178 | LUIS TORRES | 1:40:57 | 1:39:38 |
698 | 131 | VITOR DIAS | 1:42:48 | 1:41:47 |
699 | 132 | JOAO MEIXEDO | 1:42:48 | 1:41:47 |
955 | 31 | JOAQUIM ADELINO | 1:51:14 | 1:50:55 |
1062 | 194 | JOSE BRITO | 1:54:24 | 1:53:28 |
1104 | 173 | LUIS MOUTINHO | 1:55:51 | 1:55:34 |
1207 | 62 | VITOR FERNANDES | 2:01:01 | 1:59:55 |
1394 | 44 | SUSAN MOTA | 2:18:21 | 2:17:24 |
Mas sobre eles vou falar no próximo capítulo (relativo ao excelente almoço).
4 comentários:
Boas Miguel,
Vamos continuar sim senhor... Se não for na maratona é na São Silvestre... se não for na São Silvestre é na outra...
Tu é que estiveste em grande... parabéns.
Abraço,
Rui
Em grande, pá.
O terceiro já está em preparação, ouvi dizer ...
A minha concentração está agroa na Maratona. A ver vamos.
ABraço.
Miguel,
Parabéns pela prova e pelo excelente progresso nesta distância!
abraço
MPaiva
E não é que ganhaste ao Lino!
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