quinta-feira, 5 de abril de 2012

Triatlo de Quarteira - Prof. Carlos Gravata



Antes de começar este post, uma referência ao grande treinador Miguel Jourdan que morreu na madrugada de sábado para domingo ali a poucos metros do parque de transição e da meta. O mundo do triatlo não ficou pobre porque enriqueceu muito à sua custa. Quanto à minha prova, depois de uma agradável viagem até ao Algarve, com os meus colegas do CFV João Lima e Emanuel Matos e, sempre com o apoio moral e fotográfico da Leonor, começava uma prova que servia de preparação para o Longo de Lisboa mas também como desafio. O objetivo era mesmo bater o meu melhor tempo de triatlo sprint de Oeiras, no ano passado. No início encontrei o Luís, que se iniciava num triatlo deste tipo e a quem pude partilhar um pouco da minha reduzida experiência. Aliás, não foi o único, também lá estava o Joaquim Monteiro dos Galitos. A família continua a crescer.  

Natação



Mar calmo, um espelho de água. Partida da areia e mergulho no mar. Mais uma vez sem medos. Bastante confiante e apesar de alguns encontrões consegui fazer um ritmo confortável e uma respiração a três braçadas quase desde o início. O relógio vibrava-me a cada 4 minutos, e o facto de já estar quase na primeira boia quando vibrou pela primeira vez o que era sinal de bom tempo. Consegui dobrar essa boia surpreendentemente bem, mesmo feita totalmente por dentro e sem a habitual confusão. Deve ter sido um mero segundo Depois fui até à segunda boia mais acompanhado e contra a corrente. Tudo ok, e depois um novo regresso, desta vez com alguma ajuda das vagas. A poucos metros da praia a última vibração e a sensação de um tempo excelente. 13:33 no meu Garmin quando começo a caminhar na areia.

Ciclismo



Não vou fazer uma grande descrição da minha transição porque esqueci-me de carregar no botão lap quando saí do parque de transição, daí que o relógio tenha contado o segmento de ciclismo como a primeira transição (não é lá muito inteligente o rapaz), daí que não saiba bem quanto perdi a tirar o fato e afins e qual foi o meu tempo líquido no ciclismo. De qualquer forma, o resultado foi ótimo. Foi o melhor ciclismo de sempre num triatlo sprint, num percurso fácil mas com uma subida algo condicionante (cerca de 7,5% de média durante uns 500m). Depressa consegui formar um grupo de cerca de 5 ciclistas, alguns deles espanhóis e, embora também tenha passado pela frente várias vezes, pude resguardar-me. Fomos ultrapassando bastantes ciclistas e volta e meia, na subida ou descida perdíamos ou ganhávamos um ou outro elemento. E tudo estava bem, sem ninguém nos passar, até que a meio da segunda volta aparece o Emanuel Matos a levar um comboio atrás dele. Ainda aguentei quase uma volta na roda deles, mas depois acabei por fraquejar num retorno. Nessa altura o meu grupo tinha ficado estatelado pela estrada e acabei por fazer alguns quilómetros sozinho, em modo de recuperação para a corrida. No final 37:07 o que, mesmo contando com as duas transições, corresponde a uma média de 32,3 km/h. Se tiver demorado cerca de 2:30 em ambas as transições dá uma média muito perto dos 35 km/h. Em baixo o resultado do Garmin (que inclui grande parte das duas transições.

Corrida 



Entrei no último sector com confiança. Tinham passado 50 minutos desde o início da prova, os primeiros ainda estavam longe de chegar (algo habitual quando saía da transição) e o recorde estava mais que alcançável. Teria que andar a uma média próxima dos 5:30/km para não bater o meu melhor tempo, o grande objetivo para esta prova. Dei, obviamente o máximo que podia, mas o meu máximo nesta altura aos 5km não anda grande espingarda e circulei quase sempre a 4:30/km, acabando nuns exatos 22:30. Há que melhorar a corrida e reduzir o peso. Este inverno, para além de ter engordado um pouco (o habitual, mas tenho que abater) ganhei massa muscular nos braços com tanto treino da natação (antes a minha massa muscular devia estar próxima de zero). Estou por isso, uns 4 kg acima do desejável e isto tem um impacto maior na corrida. Mas tenho a certeza que mais para o verão estarei mais seco (espero o mesmo no triatlo de Lisboa). Não sei se vou fazer muitos mais sprints esta época mas gostava de ficar próximo dos 20:00. Por causa dos meus esquecimentos, o atletismo ficou dividido em 2 no Garmin:
Parte 1
Parte 2

Conclusão



Uma excelente prova, bom ambiente e muito público. Outra coisa que gostei muito foi de ouvir o meu nome várias vezes durante a prova (no ciclismo só reconheci a voz da Leonor, apesar de ter ouvido diversos gritos por mim), sinal que tenho feito amigos durante estes anos. Foi bom ver o pessoal dos treinos na FADEUP (onde não pude continuar a treinar por razões profissionais) que anda a ter excelentes resultados, e ainda parceiros de conversas e mesmo visitantes desta tasca. Acabou por ser uma ótima jornada com um recorde como corolário. Senti-me bem em toda a prova e tive muito prazer em competir. Nadar no mar é sempre mais agradável (e a água nem era muito fria), a bicicleta foi muito competitiva e em todos os sectores existis imenso público. Fica para a História o tempo de 1:13:18 e o 151º lugar entre 226 participantes à partida. A Leonor anda cada vez mais especialista em grandes reportagens fotográfica,s como se pode ver. O pensamento já está no Half-Ironman de Lisboa. Será que vou terminar?

2 comentários:

Bluewater68 disse...

Eu só à tarde é que soube do que tinha sucedido ao treinador Miguel Jourdan, quando já estava no restaurante. Nem me tinha apercebido dessa desgraça durante a manhã. É algo que nos deixa completamente reduzidos à nossa insignificância perante a vida e quanto à ilusão que dominamos os nossos destinos. Custa muito. Ainda mais por ser uma pessoa tão nova.
Em relação à prova, são só surpresas. Nessa foto, descobri agora, eu sou o tipo mais à esquerda :) Enquanto tu deves ter saído da água logo a correr, eu ainda terei ido devagar para controlar as tonturas. Daí a diferença dos 14s no registo do chip na subida na areia. Mas que eu gostava de ter um desses, a vibrar, gostava.
Chegar a esse tempo no ciclismo tem mesmo de ser a próxima meta. Conseguir uma média mais elevada e ir atrás de um grupo. Fazer 20Km sempre sozinho é muito estranho e solitário. Mas sabes que logo no início ainda fui atrás de um. Nisto ele a olhar para trás distrai-se e foi por pouco que não se estatelou no separador central :)
E na corrida, para mim, esse ritmo é muito bom. Tirado desta entrevista com Rafael Gomes:
"podes dar-nos um conselho para cada uma das modalidades (natação, ciclismo e corrida) que tenha resultado muito bem contigo? Na natação para evoluirmos temos que trabalhar muito a força fora da água e a técnica na água (drills). No ciclismo podemos dizer que quanto mais quilómetros realizarmos mais conseguimos evoluir. Na corrida temos que ter um peso ideal.". Ou seja, na corrida, é sempre o peso a condicionar a evolução. Eu já corri com 85, estou agora nos 81 e se fosse até aos 79 não se perdia nada. Os joelhos também agradecem.
Será que vais terminar o half-ironmen? Mas tens dúvidas? Não fizeste a maratona do Porto? Quem faz isso também vai a Lisboa para completar aquilo. Força Miguel!
Abraço e bons treinos

MPaiva disse...

Estás em grande Miguel! Parabéns!

abraço
MPaiva