Publicado em conjunto com o Ponte sobre o Rio Cam
O
 meu segundo triatlo do ano em terras britânicas foi em grande. No dia 
seguinte a todas as grandes estrelas da modalidade terem feito uma prova
 memorável terminada ao Sprint com Mário Mola a vencer e João Pereira em
 terceiro lugar, o Hyde Park abria-se a todos os triatletas.
Durante
 todo o dia, das 8 da manhã às 7 da tarde, partiam de 10 em 10 minutos 
séries de cerca de 80 triatletas dispostos a correr num percurso quase 
igual ao da prova de elite.
Toda a estrutura do Campeonato do Mundo
 estava montada. O pontão no Serpentine, os tapetes azuis, as bancadas, a
 maior feira de triatlo que já vi, as barreiras nas ruas interiores do 
parque, a zona VIP e o público (aposto que não saíram do lugar durante a
 noite toda à espera que eu partisse às 15:10.
Natação (750m):
Apenas
 com cerca de 80 nadadores, a natação correu bastante bem, sem 
confusões, mantendo um bom ritmo e sem me perder, fiz uma prova regular e
 terminei com um excelente tempo de 14:19. Num ano em que tenho treinado
 menos natação, os resultados que tenho tido, sobretudo em, sprints 
acabam por ser surpreeendentes.
1ª Transição
Como
 isto era uma prova com mesmo muita gente, era necessário um grande 
espaço para o parque de transição. Na realidade este estava a uns bons 
50 Km da saída da água, pelo que levei quase cinco minutos a passar da 
água para a bicicleta.
 
Ciclismo (22.5 km)
Foi
 aqui que me apercebi do nível real dos atletas. Eu, com a minha Cosmos 
de 15 anos, fartei-me de ultrapassar ciclistas. Andava a mais 10 km/h do
 que a maioria deles e só fui ultrapassado por 3. O percurso era fácil e
 rápido por isso pude puxar bem e no final dos 22.5 km tinha demorado 
41:02. Um tempo excelente tendo em conta que não pude fazer uma 
transição rápida porque tinha botas de ciclismo e não de triatlo, porque
 a bicicleta era a minha de uso diário e não estava bem afinada e, por 
fim, porque não se podia andar na roda. Foram quase 33 km/h de média, o 
que é muito bom.
2ª Transição
Uma
 vez mais uma longa transição que demorou 2:39. Se não fosse o tempo que
 demorei nestas duas (quase 7 minutos) tinha sido um resultado ainda 
melhor.
Corrida (5 km ) 
A
 corrida não foi brilhante, mas também não se pode ter tudo. Uma vez 
mais era bem mais rápido que a maioria, mas podia ter feito melhor. 
AInda assim ultrapassei um atleta que me tinha passado no ciclismo e era
 da minha série, portanto ganhei um lugar, mas 22:39 num poercurso que 
não chegava aos 5km é um tempo que não me satisfaz.
Conclusão
Na
 recta da meta, em frente a muito público nas bancadas e enquanto me 
aproximava de um velhinho dos seus oitenta anos que devia ter partido 
meia hora antes de mim, os speakers lá disseram que tínhamos um 
sprint e eles adoravam sprint. Lá disseram o meu nome e do velhinho e eu
 lá meio envergonhado ultrapassei-o e sprintei para a meta. Acho que 
devia ter vergonha da minha pessoa.
O que melhor posso reter desta
 prova foi que me diverti imenso e que aqui há muito mais gente a 
praticar triatlo e de uma forma bem mais descontraida. Em Portugal o 
Triatlo ainda é visto como um desporto para homens de ferro, mas aqui 
não, vi velhinhas, crianças, gordos, magros e tudo numa enorme 
descontração.
É um pouco o que acontece agora nas corrida em 
Portugal. O triatlo democratizou-se e é um desporto para todos. Espero 
que seja asism em Portugal. Foi engraçado que numa prova com mais de 
1000 pessoas acabei por ficar num lugar muito próximo dos que alcancei 
em Portugal em provas de 400. Ou seja, continuo a ter os mesmos à minha 
frente mas ganhei centenas de amigos que ficam atrás de mim. E isso é 
bom.
Os resultados foram os seguintes:
323º em 1370 geral
 296º em 930 masculino
 60º em 184 no Age Group 30-34
Os resultados estão aqui.
Aqui podem ver a minha chegada à meta num pequeno vídeo que eles me queriam vender por achar que sou rico. 
Há 2 dias

 

